A rede de apoio e as doulas de pós-parto

O pós-parto costuma ser um período de muitas mudanças e desafios para a vida da mulher e da família que recebe o novo bebê. A puérpera está passando por intensas transformações físicas e psicológicas ao mesmo tempo em que precisa cuidar do recém-nascido e aprender a amamentar. Está extremamente feliz e realizada com um bebê em seus braços, mas pode estar cansada e sentindo-se perdida no meio de tantas novidades.

O bebê demanda muito tempo e entrega dos pais e em especial da mãe que amamenta no peito.

Se a mulher ficar pensando que precisa dar conta das tarefas que ela exercia antes pode ser que fique muito ansiosa e esse sentimento pode prejudicar na criação do vínculo com a criança, no descanso que a mãe precisa fazer para se recuperar do parto e na aprendizagem da amamentação. Por isso, é fundamental que seja estabelecida uma REDE DE APOIO para cumprirem essas tarefas que antes eram exercidas pela mulher ou pelo companheiro (ou companheira) dela.

Quando a mãe e/ou o pai possuem uma grande rede familiar é normal e esperado que todos os membros dessa família sejam contagiados pela alegria da chegada do novo integrante e queiram participar de alguma forma. O casal, ao mesmo tempo em que quer compartilhar dessa felicidade, entende que precisa se recolher para conhecer o novo bebê. É um momento delicado que requer muita compreensão e conversa.Muitas vezes o apoio familiar é muito importante e benéfico e assim fica estabelecida a rede de apoio, as tarefas são delegadas de modo que os pais consigam cuidar do bebê sem se preocupar com o restante da casa e da rotina, por exemplo. Outras vezes, com a mudança da organização social daquela família, alguns mal entendidos podem ocorrer e a ajuda, mesmo que muito bem intencionada, pode acabar sendo de muita interferência para aquela nova relação da mãe e do recém-nascido, as tarefas da casa acabam se acumulando, os cuidados são todos voltados para o bebê e a mãe se sente perdida nesse cenário e invadida na sua maternagem.

Outra situação cada vez mais comum é a dos casais grávidos que não possuem familiares por perto. Nessa configuração, quando o bebê nasce, algumas vezes uma das avós ou tias passa alguns dias dando suporte familiar, mas logo vão embora, outras vezes nem esse apoio é possível. Nossa sociedade tende a impor que as mulheres dêem conta de todas as funções sozinhas ou no máximo dividindo tarefas com seu parceiro. Essa imposição é bastante injusta, principalmente no período do pós-parto.Para esses casos, é importante estabelecer ainda na gestação uma rede de apoio de amigos e/ou profissionais especializados. Planejando a rotina, delegando tarefas e anotando telefones e contatos de interesse. 

Os profissionais que podem ser acionados para compor uma rede de apoio no pós parto vão variar de acordo com a demanda. Diversos profissionais atendem em casa: lavanderia, manicures, massagistas, passeadores de cães, psicólogos, homeopatas, acupunturistas e até mesmo pediatras e consultoras especializadas para auxílio na amamentação. Ainda é possível contratar uma diarista ou uma empresa de faxina para cuidar da casa e ter contatos de entregas de alimentos ou contratar alguém que cozinhe em domicílio. As opções são diversas e muitos desses serviços são desnecessários se você nunca teve um bebê, por isso a importância de buscar as referências e ter os contatos ainda na gestação.

E em acréscimo a todas essas possibilidades, vem surgindo uma nova opção específica de apoio no puerpério, que são as doulas de pós-parto.

Da mesma forma que as doulas de parto existem para apoiarem a parturiente de forma física e emocional durante o trabalho de parto, as doulas de pós-parto apoiam a puérpera depois que o bebê já nasceu. Essa profissional pode ser a mesma que deu suporte no parto ou pode ser exclusivamente contratada para o momento posterior ao nascimento. 

O apoio da doula no pós-parto vai além dos primeiros dias de vida da criança e vai variar de acordo com a demanda da mulher e da família. Algumas das funções que essa profissional pode desempenhar são:

    • Elaboração do plano de pós-parto e fornecimento de informações sobre o período do pós-parto, ainda na gestação, com planejamento de alternativas que facilitem esse momento.
    • Incentivar a criação e o fortalecimento da rede de apoio entre amigos e familiares, mas também indicando outros profissionais de saúde, beleza ou cuidados com a casa, por exemplo, que atendam em domicílio e/ou por diárias.
    • Auxílio na amamentação.
    • Orientações para a recuperação física da mulher no pós-parto normal ou cesárea.
    • Dicas para adaptar o parceiro e/ou o(s) irmão(s) mais velho(s) para a nova configuração familiar.
    • Escuta empática e acolhedora às necessidades e anseios daquela mulher e daquela família, sempre com o cuidado e a atenção de encaminhar para ajuda especializada em caso de situações anormais.
    • Incentivar e fortalecer a mulher que se encontra fragilizada de forma que ela fique mais encorajada nos cuidados e na formação do vínculo com o recém-nascido.
    • Dicas para os cuidados com o bebê (shantala, banho de balde, sling, extero-gestação, sono).
    • Orientação para lidar com visitas e com conselhos não solicitados, caso essa seja uma situação inoportuna para aquela família.
    • Dicas nutricionais para a puérpera.
    • Quando necessário, apoio logístico para a família (pequenas arrumações da casa, preparo de algum alimento, dar um colo para o bebê para que a mãe tome um banho ou dê uma cochilada). 

Além disso, as doulas de pós-parto muitas vezes oferecem rodas de apoio às puérperas, que são excelentes locais para entrar em contato com outras mulheres na mesma fase de vida, para voltar a ter vida social e para compartilhar anseios e dúvidas específicos com outras mães. Quando o casal não tem uma boa rede de apoio, a contratação de uma doula de pós-parto pode facilitar bastante a adaptação dessa família tornando as primeiras semanas com o recém-nascido mais prazerosas e sem traumas.

 

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