Licença paternidade de 20 dias não é exagero ( e queremos ainda mais, muito mais!)

Vocês devem ter lido e ouvido falar que nessa semana foi sancionado pela presidenta o Marco Legal da Primeira Infância. Entre diversas ações que ampliam a atenção às crianças de 0 a 6 anos de idade, um dos destaques dessa lei é o aumento da licença paternidade de 5 para 20 dias para funcionários de empresas inscritas no Programa Empresa Cidadã. Infelizmente não serão todos os pais contemplados pela medida e 20 dias ainda é muito pouco tempo para uma licença dessa importância, mas mesmo assim já é uma mudança bem grande e merecedora de muita comemoração.

Como tudo na vida, muita gente foi contra e questionou a necessidade de ampliar a licença-paternidade, alegando que não há nada que um pai possa fazer para ajudar nos cuidados com um recém-nascido por tanto tempo (oi?! que tanto de tempo é esse, né? 20 dias!), por isso, eu escrevi uma pequena lista com sugestões de tarefas para você que é (ou será em breve) um recém-pai ir decorando – ou para você mãe, dar dê lição de casa para o companheiro :

  • Se o bebê precisa muito da presença da mãe, alguém precisa cuidar dessa mulher, faça isso! Mantenha ela bem alimentada e bem hidratada para dar conta da amamentação. Esteja presente e faça companhia, inclusive nas madrugadas (se ela quiser, claro). A oscilação hormonal e o blues puerperal – uma tristeza que pode acometer algumas mulheres – que costumam acontecer nos primeiros dias não são momentos fáceis, mostre que você está lá para apoiar e acolher. Ajude nos cuidados com a recuperação do parto, tenha sido ele parto normal ou cesárea.
  • Apoie a amamentação. Para a grande maioria das mulheres a amamentação é bastante desafiadora e ter apoio é fundamental para o sucesso. Por isso, além de ajudar com alimentos e água, dê apoio físico caso a mulher precise ordenhar, ofereça o leite ordenhado para o bebê, incentive e acolha a mulher com dor nas mamas, procure informações e profissionais atualizados. Acompanhe as visitas ao banco de leite humano e preste muita atenção às orientações.
  • Cuide para que a casa, a roupa, a louça, as contas, os animais de estimação e tudo o mais que envolva a rotina doméstica não desande e não se torne uma preocupação para a nova mãe. Você pode escolher assumir mais tarefas, contratar profissionais ou delegar para outros familiares ou amigos que estão doidos para ajudar mas não sabem como.
  • Se vocês tem outros filhos, esteja ainda mais presente para eles e tenha muita paciência para lidar com a adaptação da chegada do novo bebê.
  • Cuide do bebê! Os pais não conseguem amamentar, mas fora isso, tudo pode ser feito por vocês. Não tenha medo de “quebrar” o bebê e nem pense que a mãe sabe cuidar mais do bebê do que você, é provável que ela esteja aprendendo tanto quanto você e tenha os mesmos medos, não use isso como desculpa. Então aprenda a dar banho, trocar fraldas, limpar o coto umbilical, dar remédios, usar o sling… e faça tudo isso sempre que puder, inclusive de madrugada. Aproveite os SEUS MOMENTOS com o  bebê, cante, leve para tomar o sol da manhã, nine, dê muito colo!
  • Lide com as visitas. De preferência antes do bebê nascer, tenha uma conversa sobre as vontades e expectativas do casal com relação às visitas ao recém nascido. Quando chegar o pós-parto, lembre-se dessa conversa e garanta que a mãe esteja a vontade com a situação, seja recebendo visitas desejadas, seja não recebendo ninguém. Faça sala quando for a hora de amamentar, tenha sensibilidade para perceber os limites da mãe e do bebê e interfira se for preciso. E claro, seja gentil, a maioria das visitas quer ajudar e tem boas intenções, leve isso em conta.
  • Se você não estiver mais em um relacionamento afetivo com a mãe do bebê ou não morar na mesma casa as dicas também valem, faça também a sua parte e seja presente. Seja cuidadoso com a mãe do bebê sempre respeitando os limites dela. Vocês dois tem a mesma responsabilidade por essa criança.
  • Preparem – se, preparem-se e preparem-se. Se o casal possui férias a vencer, guarde-as para a chegada do bebê. Quanto mais tempo pais e mães puderem estar presentes na vida do bebê, mais leve e fácil será o pós parto e toda a evolução da materndade/paternidade. APROVEITEM! Passa rápido, passa rápido demais! <3

E aí, ainda acha que ter o pai presente por mais de 5 dias no pós-parto é coisa demais? É claro que tudo isso pode (e deve!) ser feito em uma licença-paternidade de 5 dias e também depois que a licença acaba. Além de toda a participação direta do pai nesses 20 dias existem muitos benefícios a médio e longo prazo resultantes desse apoio, não só para a família mas para a sociedade toda que verá o resultado com o crescimento dessas crianças e o surgimento de cada vez mais pais mais ativos e desempenhantes de seus papéis.

 

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