O bebezinho acaba de nascer e quando abre os olhos, o que vê? Muito provavelmente os olhos amorosos de seus pais e uma câmera apontada para ele, registrando seus primeiros minutos de vida. Não importa se essa câmera é amadora ou profissional, mas hoje em dia é comum as crianças terem zilhares de fotos desde o seu nascimento. Entretanto, a fotografia de família nem sempre foi assim.
A fotografia é uma arte bem recente, se compararmos com outras artes como a pintura, escultura ou até mesmo a música, e no seu breve tempo de vida, já passou por marcos muito importantes relacionados a momentos históricos, econômicos ou mesmo a fatores comportamentais das pessoas. Antes das fotografias, os retratos eram feitos por meio de pinturas ou esculturas. As memórias eram para poucos.
As primeiras fotografias de família eram bem formais, com todo mundo muito arrumadinho, feitas por profissionais e restritas a famílias mais abastadas. Com o passar do tempo, esse cenário foi mudando, as câmeras ficaram menores, mais portáteis e acessíveis, e um ar mais espontâneo foi tomando o lugar das fotografias exclusivamente formais.
Mesmo com esse tom mais espontâneo invadindo os álbuns de família, as fotografias eram feitas com a finalidade de se criar e cultivar a memória, contar histórias por meio de imagens. Por causa das fotos, sabemos como era a roupa do nosso quinto aniversário, a decoração da nossa casa, o sofá cor de rosa, os amigos que fizeram parte de uma determinada época, o animalzinho de estimação da casa dos tios. Lembramos dos momentos em si ou das fotos? Se não fossem as fotos, teríamos todas essas recordações na memória?O sorriso começou a aparecer nas fotos, assim como as crianças e momentos mais cotidianos da vida das pessoas. Com isso, observa-se também uma mudança no que se refere ao registro e memória da sociedade.
Os momentos fotografados eram escolhidos a dedo. Lembro quando era criança, muitas vezes tínhamos, quando muito, um filme de 36 poses para registrar as férias inteiras ou a festinha de aniversário. Éramos bem seletivos e isso se reflete nas memórias que guardamos e no valor que damos a cada fotografia. Eu me lembro muito bem de algumas fotos específicas do meu álbum de infância e sabe por quê? Porque eram poucas. E por isso elas se tornaram bem valiosas!
Com o surgimento da fotografia digital, muita coisa mudou. Não necessariamente para pior. A tecnologia vem para que possamos usá-la a nosso favor e na fotografia não é diferente. As câmeras ficaram ainda mais acessíveis e com mais recursos. Vamos combinar que fotografar ficou mais fácil, pois a gente já vê o resultado na hora. Se a foto não ficou legal, a gente repete. Escura demais? Repete. Muito clara? Repete. A droga do extintor de incêndio teimou em aparecer? Repete. Tem alguém com olho fechado? Repete!
Por um lado, fotografias de família são recordações valiosas, pois contam a história das pessoas, nos fazem lembrar de detalhes, reviver emoções. São fundamentais para a formação da memória de uma família, de uma comunidade, da humanidade. Crianças crescem muito rápido e, por meio das fotos, podemos guardar para sempre aquela risada gostosa, o cabelinho rebelde, até mesmo o biquinho de birra. Tenho um carinho imenso pelas fotos das peripécias da minha filha em casa! Viajo no tempo folheando os álbuns dela ou até mesmo os da minha infância. Por outro lado, com o excesso de imagens, observamos uma certa banalização da fotografia. Nos perdemos em nossos arquivos. Fotos muito legais que mereciam lugar de destaque na decoração da casa, ou no quadrinho relicário lindo que a Marcela Buralli ensinou a fazer, acabam se perdendo na frieza dos cartões de memória ou discos rígidos dos computadores, entre tantas outras repetidas ou sem importância.
Apresentando esse panorama da fotografia na minha humilde opinião, a intenção é propor um equilíbrio entre esses dois lados, usando as facilidades que a tecnologia da fotografia digital nos proporciona, entretanto de forma mais proveitosa, mantendo a preciosidade das fotografias de família. Por que não retomar aquele clima gostoso de almoço de família, com direito a álbuns de fotografias na mesa de centro depois da sobremesa? Nós temos essa imagem presente em nossas lembranças, mas será que nossos filhos também têm? Vamos proporcionar essas memórias de família a nossos filhos?
Dica da Fotógrafa Esse post de estreia aqui no SOS Mães tem como objetivo colocar a pulga atrás da orelha, sensibilizar para a necessidade de imprimir nossas fotos e preparar vocês para a parte prática que está por vir. O lema aqui não é dar ajuda da boa? Estou aqui pra isso! Farei uma sequência de posts com algumas dicas de fotografia, organização dos arquivos, seleção de fotos para impressão e opções de álbuns que poderão ajudar vocês a fotografar suas famílias com mais qualidade, gerando fotografias que se tornarão verdadeiros tesouros. Quem topa? Antes que o próximo post saia do forno, vou deixar aqui mais do que uma dica, um conselho. Dizem que se conselho fosse bom a gente vendia, mas olha… esse é dos bons. Vai por mim! E depois não diga que não avisei. Escreverei outros posts sobre seleção de fotos, organização de arquivos, curadoria para impressão, mas enquanto não organizamos o que passou ou melhoramos o fluxo das fotos daqui pra frente, vamos fazer cópias de segurança o mais rápido possível. Claro que, de modo simplista, quanto mais cópias melhor, só que temos que equilibrar isso com a nossa necessidade e com o que é viável em nossa rotina para que não seja uma tarefa penosa. Existem várias formas de armazenamento de arquivos, tanto físicas como virtuais e esse artigo é bem completo nesse assunto, trazendo inclusive links de programas para fazer backup ou guardar arquivos em nuvens. A escolha da forma, ou das formas, de armazenamento é bem pessoal e varia de acordo com as necessidades de cada pessoa. O ideal é ter pelo menos uma cópia de segurança física e uma virtual. Caso você opte por ter mais de uma cópia física, dois HDs externos, ou HD externo e DVD, por exemplo, é importante que esses suportes sejam guardados em locais diferentes. Dessa forma, evitamos que ambos se danifiquem pelo mesmo motivo. Eu, que não tenho muita paciência para ficar esperando arquivos gigantescos subirem para a nuvem, considerando que trabalho com centenas de fotografias de alta resolução todas as semanas, prefiro ter mais de um backup físico em locais diferentes. Dá mais trabalho, pois não posso atualizar um HD externo e esquecer de outro, mas essa tarefa já entrou em minha rotina. Depois de escolher a forma mais confortável e fazer seu backup, verifique se os arquivos realmente foram copiados. Muita coisa pode acontecer nesse processo e arquivos podem ser corrompidos ou não ser copiados por alguma razão. Não custa nada checar! Torço para que nunca precise, mas se um dia você precisar recorrer a um backup, verá o quão valioso ele é. Se você já faz cópias de segurança de suas fotos, qual método utiliza? Prefere backup físico, virtual ou faz das duas maneiras? Que programas você usa? Me conta aqui nos comentários!
Tímida e falante ao mesmo tempo, sou um verdadeiro contraste, uma metamorfose ambulante. Encarei os desafios da maternidade muito cedo e hoje entendo que eles não acabam nunca. Tenho formação em psicologia e direito, mas foi na arte da fotografia que me encontrei como profissional. Percebi que expressar ideias por meio de imagens pode ser além de um desafio, uma missão bastante inspiradora.
Bom dia tudo bem?
amei seu conteudo
eu estou fazendo meu projeto do tcc e fala sobre fotos familiares.
Gostaria de saber se você pode me ajudar com alguma dica sobre livros ou artigos sobre assunto.
ta muito dificil
desde já agradeço
beijos